Diante de uma situação nova ou de um evento inesperado, podemos ter reações que podem nos surpreender pelo ineditismo. Uma reação pode simplesmente acontecer, do nada, mas um comportamento, esse não acontece do nada. Ele á construído tijolo por tijolo ao longo de muitas de nossas experiências.
Padrões comportamentais são como um programa estabelecido de ações e reações diante das variáveis percebidas do ambiente social onde atuamos. Esse programa é formado pela repetição dos sinais positivos e negativos que obtemos nos diferentes formatos de feedback.
Tudo nasce do ambiente e de suas demandas. Contudo, as demandas nem sempre são o que parecem ser, pois são filtradas por nosso mapa astral, que é um grande filtro de informações formado por nossas crenças de bom, ruim, certo, errado, e por aí vai.
Depois que nosso cérebro filtrou as demandas do ambiente, ele vai até o armazém de nosso repertório e decide qual o pacote comportamental mais adequado de acordo com o nosso interesse no ambiente em questão.
Vale lembrar aqui que nem sempre o nosso interesse é de permanecer no ambiente, embora seja o de ser reconhecido e valorizado.
Explicando um pouco melhor, quando seu mapa mental julga que o ambiente não é bom o suficiente para você, ou ainda que você não pode ou deve participar daquele ambiente, o cérebro busca no armazém de comportamentos algo que chamamos de “saída digna”. Sim, vou sair deste ambiente, mas vou manter a cabeça erguida. Um processo bastante complexo que envolve a proteção do ego e a construção de uma história futura.
Com o pacote comportamental escolhido, passamos a executar as atitudes que escolhemos observando a aceitação ou recusa do ambiente. Esses sinais são obtidos por meio das diferentes formas de feedback, que podem ser explícitas, implícitas ou sensoriais. Simplesmente percebemos se estamos indo bem ou não.
As respostas positivas acionam nosso mecanismo de recompensa e são carimbadas com o selo verde de aprovação, ficando assim reconhecidas pelo cérebro como atitudes válidas para aquele ambiente ou equivalente e que, portanto, podem ser repetidas em situações semelhantes.
As respostas negativas são marcadas como não adequadas para o ambiente em questão, todavia, não são descartadas imediatamente e podem, no futuro, em ambientes semelhantes, ser novamente apresentadas.
Por isso, cometemos as mesmas besteiras mais de uma vez. É um processo em construção, e ao abandonar uma atitude do armazém requer tempo e repetição.
Todas as atitudes com carimbo verde passam a ter prioridade em nosso mapa mental, pegando atalhos cerebrais (poupando energia), criando assim novos padrões e hábitos.
Quanto mais executamos e recebemos respostas positivas de acordo com nossos interesses, mais aprimoramos a aplicação do comportamento até que, por meio de um processo denominado plasticidade neural, incorporamos o jeito de ser, alterando nossa percepção de identidade.
Essa nossa percepção de identidade alimenta nosso mapa mental por meio de novas crenças, fazendo a roda girar novamente.
Compreender este mecanismo permite que você faça as intervenções necessárias no processo de construção de novos comportamentos e hábitos, aumentando sua inteligência comportamental na mesma proporção que se torna consciente de suas atitudes, não mais sendo passageiro de um trem desgovernado. Como diz Jung: “ Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida, e você vai chamá-lo de destino”
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